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Dólar fecha a R$ 3,98 após ultrapassar R$ 4 com guerra comercial e pânico na Argentina

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (12), em meio à aversão ao risco por conta da disputa comercial entre Estados Unidos e China e também das perspectivas de que o presidente argentino, Mauricio Macri, não conseguirá se reeleger nas eleições de outubro.

A moeda norte-americana terminou o dia em alta de 1,1%, vendida a R$ 3,9833. Foi o maior patamar de fechamento em três meses. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 4,0127.

A Bovespa também foi afetada pelo cenário externo e caiu 2%, a 101.915 pontos.

Na sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,33%, a R$ 3,9399. Na semana passada, teve alta de 1,25%. Foi a quarta alta semanal consecutiva. No ano, a moeda norte-americana tem alta acumulada de 1,70%.Variação do dólar em 2019Diferença entre o dólar turismo e o comercial, considerando valor de fechamento.

Cenário externo

Acompanhando o movimento global, as negociações de câmbio no Brasil iniciaram a semana com aversão ao risco, ainda em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China, especialmente por temores de que a demora em encontrar uma solução para a disputa, somado a um Brexit sem acordo, possam levar as principais economias a uma recessão.

“Essa falta de novidade em relação à tratativa comercial está deixando investidores muito apreensivos. Não sabemos quanto tempo isso vai durar, há preocupação de que essa guerra comercial possa se prolongar e isso está assustando um pouco os investidores”, afirmou à Reuters a economista da CM Capital Markets, Camila Abdelmalack, acrescentando que isso poderá implicar em revisões às projeções de crescimento das principais economias do mundo.

Eleições na Argentina

Nesta segunda-feira, um novo fator contribuía para o sentimento de aversão ao risco, mais especificamente sobre as emergentes, após eleições primárias na Argentina no fim de semana apontarem para uma derrota da chapa do atual presidente, Mauricio Macri.

Eleitores argentinos rejeitaram com ênfase as políticas econômicas austeras de Macri no pleito de domingo, colocando em grandes dificuldades suas chances de reeleição em outubro.

A coalizão que apoia o candidato de oposição Alberto Fernández – cuja companheira de chapa é a ex-presidente Cristina Kirchner– liderava com 47,3% dos votos, uma vantagem de 15 pontos percentuais, com 88% das urnas apuradas.

Investidores veem Fernández como uma perspectiva mais arriscada do que o pró-mercado Macri devido às políticas intervencionistas prévias da oposição. De acordo com Abdelmalack, da CM Capital Markets, o resultado das primárias pode pesar sobre os mercados da América do Sul, mas já era em parte antecipado por pesquisas e notícias nos últimos meses.

“Já era aguardado. Não é uma surpresa essa derrota do Macri nas primárias. Agora precisamos entender se o percentual ficou muito além do que era esperado”, explicou a economista à Reuters.

Cenário local

No panorama doméstico, investidores seguem acompanhando a tramitação da reforma da Previdência no Senado. Na sexta-feira, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que a reforma será aprovada pela casa e que eventuais alterações serão viabilizadas por meio de uma chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela.



Da Redação
Com G1
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