O candidato da oposição à Presidência da ARgentina, Alberto Fernández, que tem na chapa a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner, reagiu às declarações do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL) e o classificou como “racista, misógino e violento”.
Apesar das críticas, Fernández destacou que o político é uma “circunstância da vida” e que pretende manter boas relações com o Brasil.
Bolsonaro atacou a chapa de oposição argentina que obteve maioria dos votos nas prévias do primeiro turno da eleição que ocorreram neste domingo (11) afirmando que o Rio Grande do Sul iria se tornar uma nova Roraima, em alusão à situação que o estado brasileiro vive com a proximidade da Venezuela.
Em matéria vinculada no site O Globo, Fernández afirmou que em termos políticos não tem nada a ver com Bolsonaro e que comemora “enormemente” que o presidente brasileiro fale mal dele. “É um racista, um misógino, um violento. O que eu pediria ao presidente Bolsonaro é que deixe Lula livre e pediria que se submeta a eleições com Lula em liberdade”, disse Fernández, que obteve uma vitória esmagadora contra o presidente Mauricio Macri, candidato à reeleição, nas eleições primárias realizadas no domingo.
As declarações foram feitas horas depois de Bolsonaro, que vem apoiando abertamente a reeleição de Macri, dizer que o Brasil poderia ver ” irmãos argentinos fugindo para cá” caso o que ele chama de “esquerdalha” vença as eleições presidenciais de 27 de outubro. Na segunda-feira, auxiliares do presidente ligados à ala ideológica do governo não descartaram nem sequer rever a participação do Brasil no Mercosul caso a vitória da chapa Fernández-Kirchner se confirme.
Durante a entrevista, concedida ao programa de televisão Corea del Centro da emissora Net TV, o ex-chefe de Gabinete do presidente Néstor Kirchner (2003-2007) buscou ressaltar a boa relação entre Brasil e Argentina, afirmando que o governo Bolsonaro é apenas uma “conjuntura da vida”:
— Com o Brasil, teremos uma relação esplêndida. O Brasil sempre será nosso principal sócio. Bolsonaro é uma conjuntura na vida do Brasil, como Macri é uma conjuntura na vida da Argentina.
No início de julho, Fernández visitou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na carceragem da PF em Curitiba e prometeu se manter ao lado do brasileiro, que cumpre pena de oito anos e dez meses de prisão no caso do triplex do Guarujá.
Da Redação
com paraíba.com.br