Há momentos na política em que o silêncio fala mais alto do que qualquer discurso. Em Marí, o voto do vereador Allison José – filho do ex-prefeito Antônio Gomes – a favor da criação de uma comissão contra a gestão de Lucinha da Saúde foi o gesto público que faltava para revelar o rompimento que muitos já enxergavam nas entrelinhas. O que antes era uma aliança política duvidosa, hoje se revela um tabuleiro de interesses, onde o ex-prefeito, antes padrinho, parece assumir um papel de opositor calculista.
Mas a pergunta que não quer calar é: a quem interessa esse novo capítulo de instabilidade? Antônio Gomes, que governou por oito anos sem que a Câmara tivesse a mesma disposição para investigar sua gestão, agora usa os mesmos canais políticos para atacar a prefeita que ele mesmo colocou no poder. E Allison? Não estaria ele apenas ecoando o ressentimento do pai, usando a Câmara como palco de uma disputa pessoal?
A população de Marí precisa refletir sobre o papel de cada vereador neste momento. Fiscalizar, sim, é um dever constitucional. Mas será que estamos diante de uma fiscalização legítima ou de um jogo político ensaiado para emparedar Lucinha?
Enquanto isso, os problemas reais da cidade seguem em segundo plano. O povo quer soluções, não brigas de bastidores. A Câmara, composta por sete mulheres e quatro homens, tem agora a chance de mostrar se realmente representa a sociedade ou se se tornou apenas uma extensão da vontade do ex-prefeito.
É hora de colocar as cartas na mesa. Antônio Gomes não é mais o líder do Executivo e precisa respeitar a vontade popular expressa nas urnas. Lucinha foi eleita para governar, e não para ser refém de velhos acordos. Se a Câmara quiser ganhar credibilidade, terá que provar que atua pelo povo – e não como instrumento de um padrinho político que não aceita ter perdido o controle.
Da Redação
Com Assessoria