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Ministro da Educação pede perícia em áudio em que diz priorizar pedidos de pastores, dizem aliados


O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu uma perícia no áudio em que diz favorecer pastores a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Aliados do ministro disseram à CNN, em caráter reservado, que a intenção é identificar se houve algum tipo de manipulação no áudio.

Embora Ribeiro não negue o conteúdo da conversa gravada, o ministro pretende assegurar que o material não passou por eventual edição. No áudio revelado pelo jornal “Folha de S.Paulo”, Ribeiro disse priorizar liberação de verbas de prefeituras cujos pedidos foram negociados pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, da Assembleia de Deus Cristo Para Todos.

Na última semana, o jornal “O Estado de S. Paulo” já havia apontado a existência de um gabinete paralelo no MEC, sob o comando dos pastores. Ontem (25), a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar a atuação de pastores na liberação de verbas no Ministério da Educação.

A PF vai investigar suspeitas apontadas em um relatório da Controladoria-Geral da União sobre distribuições de verbas do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação).

Em outra frente, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia autorizou, na quinta (24), que a PGR (Procuradoria-Geral da República) abra um inquérito sobre o ministro Milton Ribeiro.

Serão apuradas suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. Na quarta (23), em entrevista exclusiva à analista da CNN Renata Agostini, Milton Ribeiro negou que Bolsonaro tenha feito pedido para que a pasta favorecesse a dupla de pastores recebidos no MEC. O ministro também revelou que pediu à Controladoria-Geral da União (CGU), por meio do ministro Wagner Rosário, que apurasse uma possível prática ilegal.

O que dizem o ministro e os pastores

À CNN, Milton Ribeiro negou que Bolsonaro tenha pedido para favorecer pastores e diz que não deixará o cargo. Em entrevista exclusiva à analista da CNN Renata Agostini, na noite de ontem (23), o ministro admitiu que o presidente chegou a pedir para que a pasta da Educação recebesse líderes evangélicos, mas garantiu que liberação de verbas segue “critérios técnicos”.

A CNN procurou os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Em suas redes sociais, Santos publicou uma nota na quarta-feira (23) em que diz que as reportagens envolvendo seu nome são “acusações levianas” e que “nunca houve de minha parte interferência nas relações institucionais do MEC”. Moura ainda não respondeu.






Da Redação
com CNN Brasil
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