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Shopping Pátio Intermares: Cabedelo terá shopping com 200 lojas e 4,5 mil empregos

Shopping Pátio Intermares (Foto: Divulgação)
A Prefeitura Municipal de Cabedelo (PMC) entregou, nesta terça-feira (13), ao Grupo Marquise, o alvará de construção do Shopping Pátio Intermares. Com todas as licenças necessárias, o grupo pode, agora, iniciar o empreendimento, que deve gerar cerca de 4,5 mil empregos e movimentar a economia local. O shopping tinha sido barrado em esquema de corrupção investigado na operação Xeque-Mate.

O shopping vai contar com mais de 200 lojas e 1.400 vagas de estacionamento, em um investimento aproximado de R$ 250 milhões, e deverá ter 54 mil metros quadrados, ocupados por lojas, quiosques e outros estabelecimentos comerciais e de serviços.

Já na etapa de construção, o empreendimento deverá gerar cerca de 600 empregos. Quando inaugurado e começar a funcionar, vai proporcionar cerca de 4.500 ocupações. Estima-se que o faturamento anual gire em torno dos R$ 600 milhões, o que proporcionaria uma receita em impostos da ordem de R$ 75 milhões para os cofres públicos de Cabedelo e do Estado da Paraíba.

Representante do Grupo Marquise, André Varjas (esq.) recebeu do prefeito Vitor Hugo o alvará para construção do empreendimento em Intermares (Foto: Divulgação/PMC)
“Toda parte burocrática que cabe à prefeitura foi resolvida. Fizemos um esforço concentrado para liberar as licenças necessárias, o Grupo Marquise também se esforçou para colocar tudo em ordem e, hoje, finalmente, entregamos o Alvará de Construção. A partir de agora, cabe ao Grupo tornar esse sonho realidade”, disse o prefeito Vitor Hugo.

Xeque-Mate

Deflagrada em abril de 2018, a operação Xeque-Mate foi motivada, segundo a Polícia Federal, por uma denúncia de que o prefeito Leto Viana teria forçado vereadores a assinarem cartas-renúncia. Caso algum deles votassem contra as intenções da gestão, o documento seria protocolado. Por se arriscarem a assinar as cartas, os vereadores recebiam dinheiro e outros benefícios. Entre as decisões da Câmara alinhadas à vontade do prefeito, estaria o veto à construção do shopping na cidade. Leto Viana foi preso nas investigações e é um dos 26 denunciados na operação que apura o esquema de corrupção no Município.

Leto Viana foi preso em abril de 2018 (Foto: Assuero Lima/Jornal CORREIO)
Outra negociação investigada aponta que o ex-prefeito de Cabedelo, Luceninha, teria recebido R$ 5 milhões para renunciar ao mandato. As investigações dizem que esse esquema contou com a participação do radialista Fabiano Gomes. Conforme divulgado pela PF, o radialista teria sido uma das pessoas responsáveis por repassar quantias financeiras ao ex-gestor. Na época, Fabiano Gomes disse em nota à impressa que estava “colaborando com as investigações e à disposição dos órgãos competentes”. Ele foi preso em 23 de agosto de 2018 e solto pouco mais de um mês depois.

Fabiano Gomes
Fabiano foi citado por Leto em depoimento à Polícia Federal (Foto: Divulgação)
O empresário Roberto Santiago, dono dos shoppings Manaíra e Mangabeira, em João Pessoa, também foi investigado, suspeito de participar do esquema para impedir que o estabelecimento fosse construído em Intermares.

Ele teria atuado para negociar a compra do mandato do então prefeito de Cabedelo, Luceninha, e foi preso de forma preventiva em 22 de março deste ano, durante a terceira etapa da operação Xeque-Mate, quando, inicialmente, foi levado para o 1º Batalhão da Polícia Militar, em João Pessoa.

Depois de uma determinação da Justiça da Paraíba, ele foi conduzido para o Presídio de Segurança Média Juiz Hitler Cantalice, no bairro de Mangabeira, na Zona Sul de João Pessoa, onde está desde 18 de maio deste ano.

Roberto Santiago
Roberto Santiago (Foto: Jornal CORREIO)
Santiago foi solto em 24 de julho deste ano, após determinação de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e vai usar tornozeleira eletrônica, teve contatos restringidos e está proibido de sair de Cabedelo, na Grande João Pessoa. Ele está sob medidas cautelares impostas pela juíza Higyna Josita Simões de Almeida, responsável pela operação Xeque-Mate até agosto.

Além dessas “trocas de favores” entre empresários, prefeitura e vereadores, a operação Xeque-Mate apura que ao menos R$ 30 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos de Cabedelo, a partir do loteamento de cargos fantasmas, doações de terrenos com avaliações fraudadas e utilização de laranjas para ocultação patrimonial.



Da Redação
com portal correio
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