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Mais de 1.200 mulheres pedem medidas protetivas por mês na Paraíba

Campanha Sinal Vermelho é uma das ações de combate à violência contra mulheres (Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

'Mariana Thomaz, 25 anos, foi uma das dezenas de vítimas de feminicídio na Paraíba, em 2022. O corpo dela foi encontrado com sinais de estrangulamento em um apartamento, em João Pessoa, em março. O suspeito do crime já tinha um histórico de violência, com passagens na polícia por violência doméstica, ameaça e lesão corporal. Ele está preso.

Assim como tantas, Mariana não teve tempo de pedir ajuda.

Na Paraíba, somente neste ano, 15.361 mulheres solicitaram medidas protetivas contra seus agressores. O número alarmante, do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), revela que por mês aproximadamente 1.280 mulheres pediram proteção ao Estado por estarem em risco. Um aumento de 126% em comparação com o ano passado, quando 6.786 mulheres solicitaram as medidas.

“Esses dados nos levam a concluir que, além do aumento da violência, está havendo uma aumento da conscientização no sentido da denúncia”, disse a coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJPB, juíza Anna Carla Falcão.

CICLO DA VIOLÊNCIA

A conscientização sobre a importância de denunciar agressões contra as mulheres está avançando, mas ainda em passos lentos. Na maioria das vezes o desafio começa quando as vítimas não conseguem sair do chamado ciclo da violência, que acontece em três fases: primeiro, com o aumento do conflito, das brigas; depois, com a agressão e o arrependimento do agressor.

Essa sequência se repete constantemente, dificultando cada vez mais a revelação da violência pela vítima. Por isso, é preciso quebrar esse ciclo. E todos têm responsabilidade nesse processo.

No âmbito da Justiça, a juíza Anna Carla destaca que o Poder Judiciário precisa agir mais rápido e de forma eficaz. “Ser mais combatente, impulsionando de forma mais célere os processos para que os agressores possam temer. Infelizmente, se não tiver punição, o agressor encontra uma flexibilização”.

Além disso, a magistrada afirma que é preciso olhar com mais atenção para a saúde mental dos agressores. Para ela, tratar psicologicamente quem agride é uma das maneiras de evitar a naturalização da violência contra as mulheres.

Um agressor que comete um feminicídio, a meu ver, não é uma pessoa saudável psicologicamente. Eles precisam ser encaminhados para um acompanhamento psicológico para que não naturalizem a violência, não reincidam na mesma prática





Da Redação
com Juliana Alves / T5
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