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"A Paraíba é um nada na Comissão de Transição do governo Lula" - Por Josival Pereira

Lula durante entrevista ao podcast Flow — Foto: Reprodução/YouTube

As indicações do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), há duas semanas, e, agora, a do deputado Gervásio Filho (PSB) para a Comissão de Transição do governo Lula mereceram destaque na imprensa da Paraíba como um “feito”. O primeiro está na Comissão de Turismo e o segundo na Comissão de Desenvolvimento Regional.

Mas não há o que comemorar. A Paraíba é um nada na Comissão de Transição de Lula. Os dois indicados são políticos importantes no Estado, parecem empenhados em contribuir com o Brasil e a Paraíba, mas, lamentavelmente, não representam quase nada nem existe o menor indicativo de que sejam indicados para cargos importantes no futuro governo.

Com 382 integrantes (até agora), os dois representantes da Paraíba significam 0,5% na famosa Comissão de Transição governamental.

Para se ter uma ideia da insignificância política da Paraíba basta girar o radar para o vizinho Estado de Pernambuco, que conseguiu emplacar 16 nomes na Comissão de Transição e mais o ex-senador Cristóvam Buarque, que, apesar de militar no Distrito Federal, faz questão de ressaltar seus laços com sua terra natal.

Estão na comissão o governador Paulo Câmara (PSB), o prefeito de Recife, João Campos (PSB); o senador Humberto Costa (PT) e a senadora eleita, Teresa Leitão (PT); e os deputados federais Marília Arraes (Solidariedade), Milton Coelho (PSB), Danilo Cabral (PSB), Tadeu Alencar (PSB), Renildo Calheiros (PCdoB), André de Paula (PSD), Felipe Carreras (PSB) e Wolney Queiroz (PDT).

De Pernambuco, o presidente Lula não deixou de reforçar sua equipe de transição com a destacada economista Tânia Bacelar, uma das mais respeitadas estudiosas dos problemas do Nordeste, e com o ex-deputado Fernando Ferro, instalado na comissão de Minas e Energia.

Pela representatividade dos nomes e pela quantidade, já dá para se perceber que o Estado de Pernambuco ocupará papel de destaque no novo governo Lula. Mas outros Estados nordestinos também estão bem representados na Comissão de Transição, como são os casos da Bahia e Ceará. O Rio Grande do Norte tem um nome cotado para a presidência da Petrobrás, que é o caso do senador Jean Paul Prates.

As causas dessa insignificância política da Paraíba no cenário nacional precisam ser estudadas, mas não dá para não mencionar que as desavenças locais durante a campanha, que afastaram o candidato Lula do Estado, têm um peso no momento.

Ah! Se vale de consolo, o paraibano Lindberg Farias está na Comissão de Transição, representando o PT do Rio de Janeiro.




Por Josival Pereira
(Jornalista da TV Tambaú e Portal T5)
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