Durante evento da XP em São Paulo, ministro das Minas e Energia afirmou que a queda do preço da gasolina é apenas a 'ponta de um iceberg'. (Foto: Reprodução) |
A queda de preço da gasolina é apenas a ponta de um 'iceberg' dos efeitos positivos que a redução de impostos, como o ICMS sobre energia e combustíveis, trará para a economia. A avaliação é do ministro das Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que participou nesta quarta feita do evento XP Expert, promovido pela XP Investimentos, em São Paulo.
— Estamos vendo a ponta de um iceberg, que é a redução de preço (dos combustíveis). Mas haverá outros efeitos com a melhor alocação dos recursos na economia. Com menos imposto, temos mais produtividade, mais emprego, seja na padaria, no salão de beleza, nas grandes empresas, que vão gastar menos com energia — disse Sachsida.
O Congresso aprovou em junho a limitação do ICMS sobre matérias-primas básicas, como energia e combustíveis, entre 17% e 18%. Em alguns estados, a alíquota chegava a 30%.
Questionado sobre a política de preços das Petrobras, que segue o mercado internacional, o ministro disse que não opina sobre a formação dos preços nas empresas. Mas afirmou que atualmente existe uma realocação de investimentos no mundo, com recursos saindo da Rússia, Ucrânia e Ásia e migrando para "portos seguros". Ele disse que o Brasil pode se beneficiar desse movimento.
— Não controlamos o preço do barril de petróleo. Mas se esse dinheiro que está sendo realocado vier para o Brasil, a taxa de câmbio de valoriza e conquistamos uma redução estrutural do preço. Esta é a nossa estratégia — disse o ministro.
Ele afirmou que ao não taxar lucros de petroleiras, como outros países estão fazendo neste momento, o Brasil deverá atrair esses investimentos. Ele disse que o governo já promoveu onze reduções de impostos e que outros deverão acontecer.
Sachsida disse que a privatização da Petrobras está sendo estudada, mas trata-se de um tema complexo. Ele afirmou, entretanto, que quer promover competição no setor de petróleo.
— Um projeto desse tamanho precisa gerar competição. É preciso avançar em consenso. É isso que a sociedade brasileira quer? É melhor avançar passo a passo na direção correta — disse o ministro.
Sachsida afirmou que não pretende aumentar tributação sobre mineração, como alguns especialistas defendem para buscar recursos privados que custeiem a máquina pública.
— O Brasil tem que ser o Canadá da mineração, com respeito a sustentabilidade e uma potência no setor. Não vamos aumentar a tributação sobre o setor. Seria um erro. É uma finte de riqueza incrível e temos que explorar essa riqueza de forma sustentável e socialmente justa — afirmou.
Ele disse que a mineração preserva o meio ambiente, e o que causa a destruição é a mineração ilegal.
O ministro afirmou que assim como foi criado o Fiagro, categoria de fundos de investimento voltados à cadeia do agronegócio, ele quer criar o Fimineração.
— Será mais uma maneira de financiar a mineração, pulverizando o risco no mercado de capitais através de venda de cotas — afirmou.
Da Redação
com O Globo