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Polícia apreende arma, distintivos e uniformes falsos com 'Don Juan' que fingia ser PM para enganar mulheres

Objetos apreendidos com Samuel Carlos da Silva Batista, "Don Juan" que enganava mulheres no DF. (Foto: Polícia Civil/Reprodução e arquivo pessoal)

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreendeu, na manhã desta quinta-feira (14), uma pistola de pressão, algema e distintivos com brasão da República falsos com o homem que fingia ser policial militar para ganhar a confiança de mulheres e tirar dinheiro delas.

Entre os objetos apreendidos, estão também um punhal, coldres e uniformes semelhantes aos usados por corporação militares. Dois endereços ligados a Samuel Carlos da Silva Batista, de 30 anos, foram alvos de mandado de busca e apreensão.

Segundo as vítimas, o "Don Juan" andava armado e enviava áudios e imagens dizendo estar em missões (veja gravações abaixo). No entanto, o nome do homem não foi encontrado como integrante de nenhuma das corporações citadas por ele.

O caso é investigado como estelionato amoroso, pela 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia Norte, e pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). As apurações estão sob sigilo. Em nota, a Polícia Civil informou que "não prestará outras informações à imprensa sobre o andamento das investigações".

De acordo com a apuração, Samuel saía com várias mulheres ao mesmo tempo e, após ganhar a confiança delas, pedia dinheiro. Uma delas chegou a emprestar R$ 26 mil a ele, mas não recebeu o dinheiro de volta.

A TV Globo entrou em contato por ligação com Samuel mas ele desligou a chamada. A reportagem também enviou mensagens para o homem, mas não obteve resposta.

Homem usava distintivo falso para enganar as vítimas — Foto: PCDF/Reprodução

Como era a abordagem

Segundo as vítimas, Samuel se apresentava como policial. Ele sempre aparecia em fotos com roupas semelhantes a uma farda, e armado. Chegava até a mandar áudios (ouça abaixo) falando sobre o que estava fazendo no suposto trabalho.

Em uma das gravações, afirmou: "Tenho que lavar viatura, tenho que voltar para a base". Em outra, disse: "Beijo meu bem, vou ter que levar o 'doidinho' pra fazer o exame de corpo de delito".

"'Tô' saindo agora aqui para o patrulhamento. A gente sai uma hora mais cedo nas viaturas caracterizadas, né? Vamos nessa. Deus abençoe a gente aí. Ore por mim sempre, para Deus nos dar livramento. Hoje eu estou um pouco angustiado, coração apertado, mas 'vai dar bom'. Equipe na rua e Deus do nosso lado, dando vitória sempre. Te amo", disse em outro.

As vítimas afirmam que, quando criava intimidade com as mulheres que se envolvia, Samuel mostrava um lado que parecia ser romântico, preparava surpresas. A partir daí, começavam os pedidos de dinheiro.

Uma das vítimas diz que Samuel quis ajuda para comprar um carro. "Ele foi fechar esse negócio mas faltavam R$ 4 mil. [Eu disse:] 'Eu te empresto os R$ 4 mil e depois você me paga'. Ele nunca pagou", conta.

Samuel Batista é suspeito de fingir ser policial para cometer estelionato amoroso no DF — Foto: Reprodução e arquivo pessoal

Descoberta e denúncia

Uma das vítimas começou a desconfiar do homem depois que emprestou R$ 26 mil e ele não pagou a dívida. Ela descobriu que ele estava se relacionando com outras mulheres e também pedindo dinheiro para elas.

Então, entrou em contato com as outras envolvidas e, juntas, elas perceberam que tinham caído em um golpe. O grupo decidiu procurar a delegacia para fazer uma denúncia, ainda acreditando que Samuel era policial.

Mas lá, se surpreenderam mais uma vez. Descobriram que o homem não é agente de segurança e nem tem arma registrada no nome dele. Com medo, as mulheres pediram medidas protetivas e a Justiça determinou que Samuel Carlos da Silva Batista não pode se aproximar delas, nem entrar em contato por ligação, WhatsApp, e-mail ou por rede social.

O advogado Victor Varela, especialista em direito penal, diz que esse crime tem se tornado mais comum e faz um alerta.

"Sempre que for iniciar um novo relacionamento, é muito importante tomar alguns cuidados, como verificar a ficha de antecedentes criminais do companheiro, evitar o compartilhamento de senhas bancárias, e principalmente desconfiar de pedidos de empréstimo de grande valor."






Da Redação
com G1/DF
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