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Bruno Pereira e Dom Phillips: suspeitos confessam ter esquartejado e incinerado corpos


Um dos suspeitos na morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips confessou ter matado os dois homens desaparecidos. Autoridades levaram Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como "Dos Santos", ao local das buscas.

O homem é o segundo preso suspeito de participação no crime e assumiu que as vítimas foram mortas, esquartejadas e os corpos foram incinerados. Em seguida, foram jogados em uma vala. A informação foi divulgada pela TV Bandeirantes e confirmada pela TV Globo.

De acordo com a CNN Brasil, fontes da PF revelaram que Amarildo confessou que a morte de Bruno e Dom Phillips possui relação com as denúncias feitas pelos dois sobre a prática de pesca ilegal na região.

Segundo a Bandeirantes, ainda precisará ser feita uma análise do material para comprovar a confissão de Oseney e Amarildo da Costa de Oliveira.

As buscas estão sendo feitas na margem esquerda do rio Itaquaí, perto da Comunidade São Gabriel.

Ainda não há "indícios fortes de crimes" no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira (à esq.) e do jornalista britânico Dom Phillips, segundo avaliação da Secretaria de Segurança do Amazonas. (Foto: Reprodução)

Dom Phillips e Bruno Pereira estavam desaparecidos desde o dia 5 de junho, quando transitavam pela terra indígena Vale do Javari. A expectativa era de que eles chegassem em Atalaia do Norte após duas horas de trajeto, mas, depois de seis horas, lideranças indígenas estranharam a demora e começaram as buscas.

O desaparecimento foi notificado inicialmente pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), da qual Bruno faz parte como consultor, no dia 6 de junho. A esposa de Dom Phillips e o cunhado do jornalista também se manifestaram e pediram a intensificação das buscas.

No dia 12, autoridades encontraram pertences de Bruno e Dom durante as buscas, como um cartão de saúde em nome do indigenista, mochila, bota e uma calça.

Suspeitos presos

Até o momento, foram presos dois homens suspeitos de envolvimento: Oseney e o irmão dele, Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado".

Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como "Dos Santos", foi preso temporariamente nesta terça-feira (14), suspeito de participação no desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. A informação é do portal g1.

Segundo a Polícia Federal, Oseney é suspeito de participar do desaparecimento com Amarildo da Costa Oliveira, também conhecido como “Pelado” —ele está preso no município de Atalaia do Norte, no Amazonas, mas nega envolvimento no caso.

Conhecido como “Pelado”, foi preso no dia 7 de junho por posse de droga e de munição de uso restrito.

Na prisão, a polícia apreendeu sua lancha, onde foram encontrados vestígios de sangue, o que levantou suspeita sobre seu envolvimento no caso dos desaparecidos.

Além disso, segundo testemunhas, no domingo (5), dia que a dupla foi dada como desaparecida, “Pelado” foi visto passando de lancha atrás da embarcação do jornalista e do indigenista, no trajeto de rio que separa a cidade de Atalaia do Norte e a comunidade de São Rafael, no Amazonas, onde eles foram vistos pela última vez.

Informações erradas da Embaixada do Brasil em Londres

A Embaixada do Brasil no Reino Unido pediu desculpas às famílias do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira nesta terça-feira (14). A informação é jornal inglês The Guardian.

Na última segunda-feira (13), autoridades informaram aos parentes dos desaparecidos que dois corpos foram encontrados na floresta, mas a informação foi negada pela Polícia Federal e também pela Univaja.

A Embaixada do Brasil no Reino Unido havia entrado em contato com Alessandra Sampaio, esposa de Dom, e com a família do jornalista na Inglaterra. A informação sobre a ligação havia sido confirmada pelo cunhado, Paul Sherwood.

Segundo o The Guardian, nesta terça, o embaixador enviou uma mensagem para se desculpar. “Estamos profundamente sentidos que a Embaixada tenha passado uma informação à família ontem que não se provou correta”, disseram as autoridades.

Difamação de Bolsonaro e da Funai

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (15) que Dom Phillips, jornalista britânico que está desaparecido na área do Vale do Javari, no Amazonas, era “mal visto” na região porque fazia “muita matéria contra garimpeiro”. Além de Phillips, o indigenista brasileiro Bruno Pereira também está desaparecido.

Ainda segundo o mandatário, os dois “resolveram entrar numa área completamente inóspita sozinhos, sem segurança e aconteceu o problema”.

"Esse inglês era mal visto na região, porque fazia muita matéria contra garimpeiros, questão ambiental, então, naquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele”, disse Bolsonaro.

"Ele tinha que ter mais que redobrada atenção para consigo próprio e resolveu fazer uma excursão. A gente não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, lá tem tudo que possa imaginar”, acrescentou.

O chefe do Executivo também falou que Bruno e Dom deveriam andar armados na região. "É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam."

Além de Bolsonaro, a Fundação Nacional do Índio (Funai) também fez críticas aos dois. Agora, a fundação está proibida pela Justiça Federal de fazer comentários “tendentes a desacreditar a trajetória” do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, desaparecidos na região de Atalaia do Norte (AM) desde 5 de junho.

A decisão é assinada pela juíza Jaíza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, atendendo a pedido da Defensoria Pública da União (DPU). O texto também obriga a Funai a retirar do ar uma nota de esclarecimento na qual afirma que a dupla não tinha autorização para circular em área indígena, publicado em 10 de junho.






Da Redação
com Yahoo! Notícias
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