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Em Campina Grande, Barroso fala em combate a ‘milícias digitais’ e critica defesa pelo voto impresso


O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o principal palestrante da segunda noite do IV Simpósio de Direito Eleitoral do Nordeste, em Campina Grande na noite dessa quinta-feira (05). O evento acontece no Centro Universitário Unifacisa, na Rainha da Borborema.

Barroso protagonizou uma palestra sobre Democracia Digital e Integridade Eleitoral. Mais cedo, em João Pessoa, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a criticar o magistrado que estava até pouco tempo à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ambos protagonizaram na história recente diversas troca de farpas públicas por causa da defesa de Bolsonaro pelo voto impresso e ataques à urna eletrônica.

Ao iniciar o discurso, em Campina, o ministro disse que não iria entrar em temas polêmicos, mas ponderou que o Brasil vive um “tempo de narrativas falsas, vídeos editados e pessoas que se ofendem com a verdade”.

Barroso, no entanto, foi duro no tom contra informações falsas propagadas na internet. Sem citar nomes, o magistrado disse que o mundo digital “está repleto de milícia digitais”.

“É preciso ter atenção para conteúdo ilícitos. A internet não pode ser espaço para terrorismo, venda de arma, de discurso de ódio. Ela não está lá para ser uma nova arena criminosos atuarem”, frisou.

Para Roberto Barroso, o uso de robôs tem trazido problemas à sociedade. “Perfis falsos que são contratados para amplificar artificialmente a mentira, ampliar a desinformação. Se uma pessoa coloca no ar uma mentira grave deliberadamente ou que o querosene cura a Covid-19 numa rede para dez seguidores, é ruim, mas não é grave. Mas, se os robôs amplificam, você cria um problema de saúde pública, é preciso enfrentar”, destacou.

Na visão do magistrado, “a desinformação da mentira de forma deliberada” é usada para destruir reputações para o “ganho próprio”. “O mundo digital está repleto de milícia digitais, traficantes de notícias falsas. Ninguém deseja censura, mas é preciso ter mecanismo de combater [a divulgação de notícias falsas].

Antes de encerrar, Luís Roberto Barroso foi aplaudido ao criticar os que defendem o retorno do voto impresso, principal bandeira levantada desde o ano passado pelo presidente Bolsonaro e seus seguidores.






Da Redação
com Wallison Bezerra – MaisPB
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