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GUERRA NA UCRÂNIA: Secretário-geral da ONU marca reuniões com Putin e Zelensky para esta semana


O secretário-geral da ONU, António Guterres, viajará para a Ucrânia na próxima semana, onde deverá se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira, de acordo com um porta-voz da ONU.

Guterres também se reunirá com o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, bem como com funcionários da agência da ONU para discutir a ampliação da assistência humanitária à Ucrânia.

Neste sábado (23), a ONU disse que Guterres “será recebido pelo presidente Vladimir Putin” na terça-feira, depois de ter uma reunião de trabalho e almoço com o ministro das Relações Exteriores da Rússia.

Um porta-voz da ONU disse na quarta-feira que Guterres estava solicitando audiências separadas com Putin em Moscou e Zelensky na Ucrânia para discutir a necessidade urgente de trazer a paz.

Esta será a primeira vez que o secretário-geral da ONU vai falar com Vladimir Putin desde 24 de fevereiro, dia em que se iniciou a guerra na Ucrânia.

Críticas a Guterres

A viagem de Guterres à Rússia acontece em um momento em que o secretário-geral da ONU está sendo duramente criticado pelo que os críticos consideram como uma passividade em tomar medidas concretas para travar a guerra na Ucrânia.

Nesta semana, mais de 200 antigos dirigentes da ONU dirigiram uma carta a António Guterres, com um apelo para que seja mais proativo em relação a este conflito.

Os signatários alertaram que, a menos que Guterres atue de forma mais pessoal para assumir a liderança na tentativa de mediar a paz na Ucrânia, as Nações Unidas arriscam não apenas a irrelevância, mas a sua existência continuada.

Os ex-funcionários, incluindo muitos ex-subsecretários da ONU, pediram que o atual secretário-geral se prepare para assumir riscos pessoais para garantir a paz, dizendo que as Nações Unidas enfrentam uma ameaça existencial devido à invasão da Ucrânia por um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança.

Contudo, essa visão foi contestada por Stéphane Dujarric, que afirmou na quarta-feira que o secretário-geral tem feito apelos pelo “silenciar das armas, tem estado diretamente envolvido nas tentativas de obter pausas humanitárias (…), e fez um apelo emocional direto ao presidente da Rússia”, salientando que estas ações fazem parte do envolvimento de Guterres desde que o conflito começou.

Ainda nesta semana, o secretário-geral da ONU propôs à Rússia e à Ucrânia que declarassem uma “trégua de Páscoa” de quatro dias (referindo-se à Páscoa ortodoxa).

A Ucrânia apoiou a iniciativa de declarar uma “pausa humanitária” e assim ajudar a retirar civis das áreas mais afetadas pelos combates.

Só que as milícias pró-Rússia na região de Donbass duvidam da eficácia da medida e acusaram Kiev de quebrar tréguas anteriores, durante os oito anos de conflito na região.

Novo estágio da guerra

A guerra na Ucrânia pode estar entrando em um novo e crítico estágio, com um novo foco das forças armadas da Rússia, uma última posição em uma importante cidade ucraniana e a promessa de poder de fogo adicional dos Estados Unidos para ajudar a Ucrânia a reagir.

O presidente americano, Joe Biden, sugeriu que o conflito estivesse atingindo uma nova fase, enquanto anunciou nesta semana outro pacote de assistência militar de cerca de US$ 800 milhões à Ucrânia – além dos US$ 800 milhões já anunciados na semana passada.

As forças armadas da Rússia estão agora focadas na disputada porção leste da Ucrânia, que se pensava ser seu objetivo antes do início da invasão. A inteligência britânica sugere que as forças ucranianas repeliram inúmeras tentativas de avanços das forças russas na área –mas autoridades dos EUA alertam que os russos podem estar se preparando para um ataque maior no sudeste da Ucrânia.

Avanços dos russos no sul contra defesas sitiadas na cidade cercada de Mariupol, um importante centro de abastecimento, estão diminuindo a esperança dos militares da Ucrânia depois que o comandante fez um pedido desesperado de ajuda. O governo da Ucrânia diz que mulheres e crianças também estão buscando refúgio em uma siderúrgica que é o reduto dos militares. O presidente russo disse na quinta-feira (21) que suas forças armadas não invadiriam a fábrica.







Da Redação
com CNN Brasil
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