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Secretário do TRE-PB vê voto impresso como retrocesso: "são 25 anos de urna eletrônica. Temos o sistema eleitoral mais seguro do mundo"

O Secretário da Tecnologia e Informação do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), José Cassimiro Júnior, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta terça-feira (10), analisou a polêmica em torno do voto impresso, cuja PEC deve ser votada ainda hoje na Câmara Federal. 

Ele falou do sistema eletrônico de votação e lamentou que autoridades coloquem em cheque a segurança das eleições sem provas, como tem feito o presidente da República, Jair Bolsonaro em lives e entrevistas nos últimos meses. 

"Nós temos segurança em todos os níveis, pois o sistema é aperfeiçoado constantemente. Cada eleição temos processadores mais rápidos e mais novos. Tudo criptografado com segurança e barreiras que impedem qualquer tipo de fraude. Os programas desenvolvidos pelo TRE são assinados pelo próprio presidente e demais autoridades. Todos sabem da autenticidade", destacou. 

De acordo com Cassimiro, não existem provas que coloque em dúvida o sistema eleitoral brasileiro. "Só existem ataques, sem provas. Implementar o voto impresso do jeito que querem vai causar só mais um grande retrocesso, além de atrasar ainda mais o processo de votação, com mais filas e tempo de espera", explicou.

Ao ser questionado sobre o sistema eleitoral de outros países, Cassimiro analisou o cenário cultural de cada um e explicou que nas nações mais civilizadas não há necessidade de investimentos em tecnologia, citando a Alemanha que nem Justiça Eleitoral possui. Segundo ele, para garantir que a votação seja segura, o Brasil tem que investir pesado em tecnologia, situação que não acontece em outros países. 

"Infelizmente as pessoas sofrem do complexo de vira-lata. Portugal esta copiando o nosso SUS e está dando um show na Europa. Quem é no mundo civilizado, como na Alemanha, que quer um sistema com criptografia, biometria, calculo de resto. Eles não precisam disso, na Alemanha nem Justiça Eleitoral tem. Aqui no Brasil, a gente tem que garantir o voto seguro, o voto único e o voto secreto, se não a pessoa vota 10 vezes. Essas tecnologias custam caro e isso foi implementado para evitar fraudes e garantir que o voto seja apurado. A nossa história de 25 anos prova isso. Os vereadores, deputados, senadores sabem que a urna eletrônica moralizou o sistema", explicou. 

Cassimiro ainda lembrou que essa possibilidade de voto impresso pode colocar em risco a democracia. Segundo ele, quando se libera um comprovante de um voto, o retrocesso estaria de volta com o ‘voto de cabresto’, ao reforçar o poder do voto secreto que a urna eletrônica garante a cada eleitor.




Da Redação
com Emmanuela Leite
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