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Foto: Pedro França/Agência Senado |
O empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que depõe nesta quinta-feira (01) na CPI da Covid teve o celular apreendido para passar pela perícia do Senado. O pedido foi feito pela Mesa Diretora após o depoente reproduzir áudio de conversa com o deputado Luis Miranda (DEM-DF) que teria tentado intermediar compra de vacina.
Após o áudio, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), confirmou reconvocação do parlamentar para próxima terça-feira (6) em audiência aberta. Miranda já havia solicitado ser ouvido em reunião secreta. “Se o deputado Luis Miranda estiver envolvido com maracutaia, se ele pegou pernada, isso é problema dele, não é nosso. Não tem que proteger ninguém aqui não”, afirmou Omar.
Questionado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, sobre o valor da propina pedido na negociação de vacina da AstraZeneca, Dominguetti , representante da Davati Medical Supply, confirmou que Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, solicitou a “majoração” de US$ 1 por dose.
A proposta inicial da Davati, segundo Dominguetti, era de US$ 3,5 por unidade, mas o acordo não foi fechado. Seriam 400 milhões de doses: “O pedido dessa majoração foi exclusivamente do senhor Roberto Dias”, apontou o depoente.
Em resposta ao senador Humberto Costa (PT-PE), Dominguetti afirmou que parlamentares tentaram negociar a busca por vacinas diretamente com a Davati. Entre eles, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que teria procurado o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho, para negociar a aquisição de compra de vacinas.
O depoente relata ‘surpresa’ de interlocutor do ministério após recusa de propina. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) indagou de Dominguetti a reação do coronel Marcelo Blanco, ex-diretor substituto do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, após a recusa da propina.
“Ele [Blanco] ficou me olhando. Quando eu disse não, uma surpresa do outro lado”, respondeu Dominguetti.
Da Redação
com MaisPB