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Influenciadoras de Cajazeiras prestam queixa por transfobia, após serem impedidas de usar banheiro feminino – VEJA VÍDEO

As influenciadoras Luana Gonçalves, de 22 anos, conhecida como A Cega, e Sabrina Martins, de 18 anos, conhecida como Riquinha, registraram um Boletim de Ocorrência contra o dono de uma choperia de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, por transfobia. Elas relataram que foram impedidas de usar o banheiro feminino, enquanto almoçavam no local, no último domingo (27).

No vídeo, Gilson Lacerda fala para A Cega que ela é um homossexual e não uma mulher trans. “Você se veste como uma pessoa feminina e sua ‘opção’ sexual hoje é homossexual. Você é um homossexual. Mulher trans optou pelo sexo e fez uma cirurgia. Você fez cirurgia?”, pergunta ele.

A influenciadora diz que se identifica enquanto mulher trans e que já está iniciando o processo de mudança de nome. “Não, mas eu sou uma mulher trans. Amor, eu tô até trocando de nome, por que eu não sou uma mulher trans? Eu sou mulher”, rebate ela.

O diretor da Gerência Municipal LGBTQIA+ de Cajazeiras, Delanio Silva, explica que uma pessoa trans é alguém que não se identifica com o gênero ao qual foi designado em seu nascimento e que não é necessário ter passado por cirurgia de redesignação sexual para ter a sua identidade respeitada.

“Podemos utilizar ‘mulher trans’ ou ‘pessoa transfeminina’ para se referir a alguém que foi designado homem, mas se entende como uma figura feminina. Já o termo “homem trans” ou “pessoa transmasculina” é indicado para tratar uma pessoa que foi designada mulher, mas se identifica com uma imagem pessoal masculina”.

Luana e Sabrina procuram a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Cajazeiras, onde realizaram um boletim de ocorrência. O homem deve ser intimado ainda esta semana, e testemunhas que estavam no local também serão acionadas.

Ao G1, Luana, conhecida como A Cega, afirmou que esta é a primeira vez que isso acontece com ela, desde o início da transição de gênero.

“Morei um ano no sul e nunca aconteceu comigo lá. Cheguei há três dias aqui na minha cidade e isso acontece comigo, justamente na cidade onde cresci”.

Em nota, o estabelecimento afirmou que “em nenhum momento houve proibição ou constrangimento causado às mulheres trans, conhecidas como Riquinha e A Cega, e que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos sobre o fato narrado acima”.

A delegada do caso Yvna Cordeiro afirmou que, após os depoimentos, vai dar continuidade ao procedimento, de acordo com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que criminaliza a homofobia e a transfobia. A delegada também ressalta que é fundamental que toda a sociedade busque se informar e respeitar todas as pessoas, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero.

“Não cabe mais ficarmos alheios a esta situação e justificarmos nosso preconceito com ‘foi sem querer’. Hoje nós temos a internet, temos debates de toda a natureza, temos programas em TV aberta, em blogs, lives, aplicativos, tudo com o intuito de causar empatia e respeito à condição humana”, afirmou.

Confira a nota completa do estabelecimento:
“A Artchopperia, referente a acusação contra o seu proprietário de impedimento de uso do banheiro feminino por mulheres trans, fato ocorrido no domingo, dia 27 de junho de 2021, por volta das 17h:26m, esclarece que em nenhum momento houve proibição ou constrangimento causado às mulheres trans conhecidas como “Riquinha” e “Acega”, tanto que elas, chegaram ao local, no mesmo dia, às 12h:50m, e usaram o banheiro feminino normalmente, por diversas vezes, tendo, depois, publicado vídeo em suas redes sociais, o que não ocorreu conforme divulgado.

Esclarece, ainda, que além da data acima citada, corriqueiramente, as mesmas pessoas frequentaram a Artchopperia e lá sempre fizeram o uso do banheiro feminino, sem restrição ou constrangimento.

Enaltece, também, que a Artchopperia, empreendimento que funciona na cidade de Cajazeiras há 15 anos, sempre respeitou a diversidade sexual e liberdade de gênero, tendo em muitos lugares da casa, em cumprimento a lei, placas informando quanto a proibição à discriminação sexual e, além disso, tem dentre os seus colaboradores membros da comunidade LGBTQIA+.

Por fim, a Artchopperia declara que está à disposição para prestar todos os esclarecimentos sobre o fato narrado acima, e que se mantém, de portar abertas, para receber bem todas as pessoas, independente da orientação sexual, etnia, classe social e religião, para cumprir a sua missão que é oferecer serviço de bar e restaurante, com alimentação de qualidade e entretenimento.

A DIREÇÃO”.

Confira o vídeo:




Da Redação
com G1/PB
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