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'Trump não nos deu outra opção', diz presidente da Câmara sobre impeachment

Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, durante entrevista no Congresso norte-americano — Foto: Leah Millis/Reuters
Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, durante entrevista no Congresso norte-americano — Foto: Leah Millis/Reuters
Os democratas não tiveram outra opção a não ser lançar uma investigação para um processo de impeachment de Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (27) a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi.

Ela ressaltou que o presidente dos Estados Unidos pôs a segurança nacional em risco ao solicitar à Ucrânia que investigasse seu rival político Joe Biden.

No início da semana, Pelosi lançou formalmente a investigação para iniciar um processo de julgamento político. Congresso e Casa Branca estão no meio de um confronto por causa do informe de um denunciante, a respeito da explosiva ligação de 25 de julho entre Trump e o novo presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski.

Os congressistas democratas "tomaram suas próprias decisões sobre isso, em seu devido tempo. Mas, ao se tratar de um tema de segurança tão convincente, [Trump] simplesmente não nos deu outra opção", disse a presidente da Câmara, em entrevista à emissora de televisão MSNBC.

Ingerência de um país estrangeiro

Membro dos serviços de Inteligência, o denunciante disse que falou com pelo menos seis funcionários do governo americano e concluiu que Trump estava "usando o poder de seu cargo para solicitar a ingerência de um país estrangeiro na eleição americana de 2020", aponta o informe.

A Casa Branca prometeu, na quinta-feira (26), resistir "à histeria e às falsas narrativas" dos democratas, depois que foram divulgados os detalhes do relatório do denunciante.

"Nada mudou com a publicação deste relatório, que nada mais é do que uma compilação de relatos de terceiros sobre eventos e de recortes de imprensa improvisados", disse a porta-voz de Trump, Stephanie Grisham.

O presidente americano reconheceu ter pedido à Ucrânia para lançar uma investigação anticorrupção contra Biden, um dos principais pré-candidatos nas primárias democratas, e seu filho Hunter.

Para coordenar a investigação com as autoridades ucranianas, Trump disse a Zelenski que entrasse em contato com seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, e com o procurador-geral dos EUA, Bill Barr. A declaração levou Pelosi a acusar o secretário de Justiça de má conduta no cargo.

"Acho que o que estão fazendo é encobrir o encobrimento. E isso é realmente muito triste para eles", afirmou.

Trump garantiu que não houve qualquer pressão sobre Kiev, uma afirmação que foi corroborada pelo presidente Zelenski.

Os críticos apontam, contudo, que Donald Trump segurou quase US$ 400 milhõesem ajuda militar à Ucrânia para pressionar seu presidente.

Até esta sexta-feira (27) , 223 democratas - todos menos 12 - e um congressista republicano da Câmara de Representantes de 435 cadeiras apoiam uma investigação de impeachment, segundo o site Politico.



Do G1 com France Presse
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