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Casos de poliomielite podem voltar se vacinação continuar caindo, diz especialista


Especialistas alertam que os casos de poliomielite podem voltar se o número de vacinados continuar a cair. Também conhecida como paralisia infantil, a doença provocou várias epidemias no Brasil, no século passado. 

A poliomielite é transmitida pela via fecal-oral, como por exemplo, a partir do contato com água e alimentos contaminados. O pesquisador Fernando Tavares, do laboratório de enterovírus e poliovírus do Instituto Evandro Chagas, explica que a doença traz consequências graves.

"Ela é causada por qualquer um dos três sorotipos de poliovirus que existe e esses vírus são capazes de causar infecção em células da medula espinhal, causando a destruição dessas células e levando a uma fraqueza muscular e posteriormente uma paralisia", explica.

Mesmo sem registro de casos desde o fim da década de 80, a poliomielite pode voltar a circular no Brasil. O país apresenta alto risco para a doença, de acordo com a Organização Panamericana de Saúde. O motivo é o grande número de pessoas sem a imunização necessária. No país, meio milhão de crianças não tomaram a vacina que protege contra a paralisia infantil.

"houve uma percepção muito baixa por conta da gravidade da doença. Boa parte dos médicos que estão aí hoje nunca tiveram contato com situação de poliomielite. A própria pandemia agravou essa situação que já vinha ocorrendo e o outro ponto é a circulação de notícias falsas que tem o papel muito importante na diminuição da cobertura vacinal", diz Fernando.

A vacina fornecida pelo Programa Nacional de Imunização deve ser tomada por crianças de 2 meses a 5 anos de idade. Para a população estar protegida, é preciso alcançar o patamar de 95% do público vacinado, meta que não é atingida no Brasil desde 2015. Atualmente a cobertura vacinal é de apenas 67%, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

"Isso é muito preocupante porque você acaba abrindo uma janela pra entrada do vírus no país. A gente está num momento em que existe um fluxo muito grande de pessoas viajando devido a diminuição das barreiras por conta do número intenso de pessoas que já foram vacinadas contra covid e sem falar no fluxo de pessoas que estão vindo de regiões de conflito, como é o caso do Afeganistão, Paquistão e Ucrânia com essa guerra que está acontecendo", alerta o especialista.







Da Redação
com SBT News
(Foto: BRENO ESAKI - AGENCIA SAÚDE-DF)
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