Inicialmente rejeitada pelo governo federal, a vacina da Pfizer representa 51% das doses distribuídas aos estados nos últimos dois meses, liderando as entregas da pasta em agosto e setembro.
Foram 60 milhões de doses neste período, sendo 26 milhões em agosto e 34 milhões em setembro. Em relação à Fiocruz/AstraZeneca, foram distribuídos 22 milhões de doses nos últimos dois meses. No mesmo período, foram 36 milhões do Instituto Butantan/Sinovac e 100 mil da Janssen.
Além disso, há 17 milhões de doses na pasta em fase de liberação da Pfizer, do Instituto Butantan, da Fiocruz e doses da Coronavac por meio do consórcio Covax Facility.
Em contratos já firmados diretamente com os laboratórios, a pasta ainda precisa receber 100 milhões de doses da Pfizer, 36,1 milhões da Janssen e 70 milhões da AstraZeneca. Há previsão de doses também por meio do consórcio Covax Facility e com contratos ainda em tratativa.
O Instituto Butantan, que também demorou a conseguir fechar contrato com a pasta por resistência do governo, finalizou a entrega dos 100 milhões de doses ao PNI, referentes a dois contratos.
Foi por causa da Coronavac que o país conseguiu começar a imunização em 17 de janeiro deste ano. A primeira pessoa escolhida foi a enfermeira Monica Calazans, em São Paulo.
Ela recebeu o imunizante depois que a Anvisa aprovou o seu uso emergencial. A profissional participou dos ensaios clínicos da vacina, mas estava no grupo placebo.
"O Ministério da Saúde informa que já foram contratadas mais de 600 milhões de doses de vacinas Covid-19 apenas neste ano. O quantitativo é suficiente para concluir a vacinação de toda a população brasileira com duas doses e a dose de reforço em idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos", disse a pasta em nota.
No país, 93,3% da população com mais de 18 anos já recebeu ao menos uma dose (a primeira dose de alguma vacina ou o imunizante de dose única) e 57,1% (também com mais de 18 anos) recebeu as duas doses recebidas ou a dose única da Janssen.
Nas últimas semanas, adolescentes de 12 a 17 anos foram incluídos no grupo de vacinação pela pasta. Já os idosos a partir dos 60 anos, imunossuprimidos e profissionais de saúde passaram a receber doses de reforço.
Mauro Junqueira, secretário-executivo do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), disse que a estratégia do Ministério da Saúde de fechar contrato com os laboratórios que tinham imunizantes disponíveis foi importante para garantir que o país ficasse abastecido durante todo o ano.
"Os números da pandemia ainda são preocupantes, mas bem melhor que cenários anteriores com a vacinação. Estamos diariamente fechando leitos porque o número de pacientes reduziu com o programa de imunização", disse.
Para o próximo ano, o Ministério da Saúde informou que mantém diálogo com laboratórios para analisar a aquisição de doses para um possível novo ciclo de imunização.
O ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, disse em reunião da Comissão Intergestores Tripartite, na quinta-feira (30), que o planejamento da vacinação para 2022 está caminhando.
"A gente já tem duas vacinas com registro definitivo da Anvisa, que são a AstraZeneca e a Pfizer. A gente tem caminhado em negociações com os laboratórios que já têm uma oferta para a gente", disse.
"Hoje, os estudos apontam necessidade de uma dose de reforço para a população vacinada. Por óbvio, a gente não tem garantia e no futuro isso pode ser alterado, mas em breve a gente vai trazer a notícia do nosso processo de planejamento de aquisição de vacina para 2022", finalizou.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) reservou para compras de vacina contra a Covid-19 em 2022 um valor 85% menor do que o previsto para 2021.
De acordo com o Orçamento do ano que vem apresentado ao Congresso em agosto, serão R$ 3,9 bilhões para aquisição de imunizantes, contra R$ 27,8 bilhões autorizados para a mesma finalidade neste ano.
Da Redação
com Folhapress